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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

BRASIL NÃO PODE NEM DEVE NUNCA MAIS TER PRESO POLÍTICO - ABROLHOS

BRASIL NÃO PODE NEM DEVE NUNCA MAIS, TER PRESO POLÍTICO - ABROLHOS

VAMOS SOLTAR O GENUÍNO E O ZÉ-DIRCEU, JÁ

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  1. -O CARA JÁ MORRENDO PELOS ANOS E DA TRISTEZA E NINGUÉM TOMAVA PROVIDÊNCIA. QUAL O PREÇO DE UMA VIDA. SOLTEM O GENUÍNO OU NOS BRAÇOS DO POVO
  2. SE PASSOU TANTA GRANA ASSIM, PELA MÃO DO CARA E TEVE DESTINO, E NÃO CONSEGUIRAM PROVAR QUE O CARA TENHA FICADO COM UM TOSTÃO, ENTÃO E SANTO
  3. XADREZ - Porque o time da cadeia é tão ruim ? Se o cara joga bola, não fica no XADREZ.



Genoino chora e reclama de dor no peito ao rever família

Genoino chora e reclama de dor no peito ao rever família

Vera Rosa | Agência Estado

  • Felipe Rau | Estadão Conteúdo
    Laudo aponta que Genoino é paciente com doença grave e crônica
Na prisão desde o último dia 15, o ex-presidente do PT José Genoino está quase sem voz. Condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha no escândalo do mensalão, o deputado licenciado do PT queixa-se de dor no peito e tem agora o olhar apagado, como se estivesse mirando um ponto fixo. "Baixinha, quando eu cheguei nessa prisão senti que estava vivendo tudo aquilo de novo", disse ele a Rioko, sua companheira há 40 anos, segundo relato da filha mais velha do casal, Miruna Kayano Genoino.
"Aquilo" é uma referência ao cárcere da ditadura, quando Genoino foi capturado pela polícia após participar da Guerrilha do Araguaia, nos anos 70. Foi naquela época que conheceu Rioko, prisioneira e torturada como ele. "Depois de 40 anos, meu pai e minha mãe se reencontraram numa cadeia", afirmou Miruna, com a voz embargada. "Todos nós choramos muito."
Mesmo nos dias de visita no Complexo Penitenciário da Papuda, Genoino nem de longe lembra o homem que se apresentou à Polícia Federal, em São Paulo, com o punho erguido e gritando "Viva o PT!", num gesto de resistência.
Dividindo a cela "S 13" com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-deputado do PTB Romeu Queiroz e o ex-secretário de Finanças do PL (hoje PR) Jacinto Lamas, ele passa a maior parte do tempo quieto.
Submetido há quatro meses a uma cirurgia na aorta, Genoino toma vários remédios diários. Por recomendação médica, deve ter uma dieta com menos sal e precisa fazer exames periódicos para controlar a coagulação do sangue, porque sofreu um AVC em agosto. Hoje mesmo passou por novos exames, mas médicos do presídio admitiram não haver ali condições para dar a ele os "cuidados específicos" apontados no laudo do Instituto Médico Legal (IML).
"Nesse momento, não estamos lutando para discutir o julgamento do Supremo Tribunal Federal. Pedimos e imploramos pela prisão domiciliar para o meu pai por uma questão de saúde. Todos os dias a gente acorda e não sabe o que vai acontecer com ele", desabafou Miruna.
"Enfermeiros"
Dirceu e Delúbio fazem as vezes de enfermeiros no cárcere. Antes de ser transferido para o regime semiaberto, no Centro de Internamento e Reeducação da Papuda, Genoino chegou a tomar água de torneira. "Você não pode beber isso", afirmou Dirceu, que pediu água mineral para o companheiro de cela. Foi atendido.
Ele e Delúbio também notaram que o ex-presidente do PT tossia com sangue e trataram de avisar o diretor do presídio. "É emocionante ver como Zé Dirceu e Delúbio estão cuidando do meu pai", contou Miruna.
Para ela, tudo ali remete aos tempos da ditadura. Até mesmo a água. Nos anos 70, Genoino recebeu choques elétricos na cadeia e passou sede. Desfalecido, implorou pela água durante horas, até que um carcereiro, escondido, jogou uma garrafa na cela. Genoino nunca viu o rosto dele. Eleito deputado federal, contou o episódio em uma entrevista e o policial se apresentou.
Embora todos os condenados do PT se definam como "presos políticos", o deputado licenciado é o que mais preocupa a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os dirigentes do partido. "A prisão, para ele, é uma sentença de morte", resumiu Renato Simões (SP), secretário de Movimentos Populares do PT, que ocupa a vaga de Genoino na Câmara.


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eDIção : bLOGDOVICENTE




sexta-feira, 23 de agosto de 2013

UM OLHAR PARA ALEM DO MENSALÃO - O QUE É E ONDE NASCEU O MENSALÃO?




UM OLHAR PARA ALEM DO MENSALÃO

O QUE É E ONDE NASCEU O MENSALÃO?

            Essa pergunta não é de fácil resposta, primeiro pelo simplismo com que a grande imprensa quase sempre imediatista e midiática poderia dizer “imediática” (termo novo), denominou de “Mensalão do PT”. Assim, é com essa nomenclatura que iremos abordar o assunto.  Foi dessa forma que o mensalão nasceu para a imprensa e assim para nós, cidadãos “pobres mortais” É desse mensalão que nos propomos a buscar sua origem, de como e onde nasceu.
            Como tudo na vida, quando se nasce, no princípio, é sempre algo pequeno, nada que pudesse imaginar, viesse a ser o monstro com o qual nos deparamos. Assim tal prática política não diferia em dada de outras tantas tão nefastas quão. Era bem reduzida, não passava de uma forma de estabelecer relações cordiais com o “inimigo politico” no pós-eleição, objetivando a governabilidade. Inicialmente ela se deu na esfera de acanhados municípios do interior do Brasil, principalmente o interior do Paraná, tendo em vista que nesses locais havia as condições necessárias que tal “doença social” se desenvolvesse da forma como iremos tratar na sequencia.
           Para melhor esclarecer, devemos tratar da origem e da amplitude desse termo “mensalão” que, como já afirmamos no início não passava de uma relação digamos de confraternização entre vencidos e vencedores em pleitos municipais para escolher “prefeitinhos” como o ex-senador Mão Santos costumava tratar seus correligionários lá do Piauí. Só que não é do Piauí e sim do Paraná os prefeitinhos que iremos abordar.
           Originariamente esta relação não era tratada ou vista como um esquema de corrupção e sim como uma prática saudável de se atingir a paz nos governos. Havia corrupção, mas havia também assédio moral, ‘bulling’ e perseguição política. Pois estamos tratando de algo que nasceu junto com a ditadura militar de 1964.
          O termo mensalão como já colocado, não seria o mais apropriado, porque, no início como até em outros exemplos que proliferam pelo país, não havia uma periodicidade determinada, muito menos mensal. O que havia e o que há é sim a compra de apoio político: um “cala boca”, tão conhecido dos políticos brasileiros, mas nada de mensal, ou mesmo anual. Eu prefiro denominar essa prática como: “compadrismo moderno”. Ou seja, a mesma prática usada pelos antigos coronéis da velha república para amansar seus correligionários mais afoitos.  “Só que agora, esse compadrismo tem outras variáveis e ganhou força como a constituição que estabeleceu à modernidade do “estado de welfare” cujo legado foi a ‘nova república”.
           O local onde nasceu esse novo rebento da política brasileira, não foi nas grandes metrópoles e nem nas cidades tradicionais do nordeste e do sudeste. Eu vi nascer o mensalão nos pequenos municípios do Paraná, cuja origem eram de recente processo de colonização iniciado nos anos cinquenta, por companhias inglesas do Norte do Paraná.
           Essas áreas recém-colonizadas viu nascerem rapidamente dezenas de novos municípios que começavam sua vida política juntamente com o novo ‘establishment’ ou seja, a “ditadura militar”. Imagine o quadro social ora vigente: Com a expulsão dos ocupantes da terra (caboclos paranaenses e índios), nas décadas anteriores,  cria-se um vazio demográfico de terras férteis. Aplica-se um modelo de colonização à inglesa, que não tinha nenhum interesse em manter a “cultura” ou religião dos expulsos e também dos que chegavam.  Assim,  se dá origem ao processo colonização.
          Chegavam aos milhares, na sua maioria homens rudes: agricultores, analfabetos, pessoas simples, que deixaram para traz suas crenças, assim chegadas de todos os rincões da nação se amalgamavam em torno de uma e única capela, depois igrejas católicas. Depois essa mesma leva de trabalhadores seriam novamente expulsos da terra, formando novas levas de migrantes que darão continuidade ao ciclo vicioso de implantação do capitalismo baseado no agronegócio. Bem esse era o quadro, uma região ainda, despolitizada com um caldo de cultura insignificante, formado por uma população de pessoas simples com o desejo de desbravar, progredir, construir um lar uma família, uma cidade.
           Para o fim a que se propunha o quadro político-social vigente não poderia ser melhor. As novas condições políticas vigentes a partir da implantação dos atos institucionais, por parte do governo central, principalmente o AI5, com o fim das liberdades democráticas, o fim dos direitos individuais do cidadão, isso não atrapalhava em nada o processo que ali se desenrolava, ao contrario era fator positivo. Afinal, ninguém queria briga política queria sim, plantar e colher, comprar e vender, ou seja, se dar bem na vida, brigas só as passionais e por embriagues nas vendas cobertas de poeira vermelha e cheirando aguardente.
         Por esse processo, a década de 60 viu centenas de municípios se formarem no Paraná, a de 70 viu esse modelo de governança crescer e se espalhar para outras regiões e outros estados. Assim, logo as assembleias estaduais passaram a dar suporte intelectual a essa prática cujo aprendizado se dera por migrantes que deixavam o Paraná partindo, principalmente para outras fronteiras agrícola e pecuária da região norte que  naquela época começavam a receber o bagaço do processo de colonização do sul. 
         Nas décadas seguintes esse “compadrismo moderno” já contaminava a política de boa parte dos estados a região norte, pois que iniciavam processo de colonização semelhante. Só que agora não mais sob tutela de empresas inglesas e sim dos militares, a chamada a “marcha para o oeste”, cujo lema: “uma terra sem homens para homens sem terra”. 
          O que ocorreu no Paraná foi à verdade um “laboratório político” de manter o poder, a custa da destruição do meio ambiente e da cujas consequências são visíveis hoje em toda república.  O que fomentava essa prática denominada aqui não mais de mensalão e sim de “compadrismo moderno”?  Posso afirmar que era  a “paz” do silêncio que apoiava aquele desenvolvimento “a qualquer custo”, cujo objetivo era por aquela bela floresta no chão e plantar café, algodão, cereais e criar gado. 
          As comunidades desenvolviam-se rapidamente o que demandava uma forma própria de fazer política, que seguindo a cartilha dos ditadores não questionassem o destino e o futuro se não daquelas populações, pelo menos da exuberante floresta subtropical existente e que sem piedade era destruído. Nessas regiões não existem matas ciliares ou reserva legal, tudo foi desmatado, o preço, ainda esta para ser pago.
          Bem o quadro político vigente era de um grupo do governo a ARENA, e outro do governo também chamado MDB. Os verdadeiros opositores do regime foram caçados, mortos ou expulsos do país. Imagine uma região onde não existe um caldo de cultura, não se tem tradição cultural, familiar e política, tudo conspirava para o nascimento do que viria a ser chamado “mensalão”. Com as eleições municipais, a cada quatro anos, o quadro era de partido e candidatura única, em sua maioria. Mas que democracia era essa que não tinham adversários. Passa-se a criar adversários fictícios, depois  gente vê como fica. Assim era comum despacharem candidatos a vereadores, os menos espertos para as legendas de “oposição”.  Na verdade não existia nenhum interesse por parte daqueles colonos principiantes da politica em ser da oposição, mas aconselhados pelos mais “espertos”. Diziam: Depois a gente senta e acerta a casa, de forma que ninguém se prejudique. Ninguém deles – é claro.
         Assim nas décadas de 60, 70, 80... Viu-se as coisas darem “certo para alguns”, e nas campanhas eleitorais repetiam-se as siglas Arena x MDB, depois PDS x PMDB, e assim por diante, até os dias de hoje  com PSDB x PT e PT X ninguém? A verdade é que pouca coisa mudou.
          Os acontecimentos que se seguiram foi que as maiorias dessas pessoas tiveram que entregar suas terras aos bancos, ou vende-las a quem tinha mais capital, devido a uma falta de política agrícola por parte dos governantes.  A miséria instalou-se, milhares de boias frias se formavam nas periferias após perderem suas terras os que conseguiram sair com algum dinheiro, foram para o norte do país reproduzir o laboratório do norte do Paraná. Nessa região de fato não havia oposição, como não existe até hoje. Pode ser de qualquer legenda,  nessa região terminadas as eleições o acerto entre as partes é sagrado, de forma que tudo volte a reinar na mais absoluta “paz silenciosa”.
           O que de fato acontecia: Ora toda eleição é desgastante, um candidato fala mal do outro, envolvem as famílias, acusações e maledicência de lá e de cá, ou seja, um vale tudo no palanque, mas política mesmo, nada. Agora, se ainda se perde a eleição, se fica dependendo da caridade do prefeito eleito, que deverá dar-lhe uma indenização, um “cala boca” e assim, os supostos opositores serram fileira junto com o grupo vencedor.    
           De forma que o “prefeitinho” eleito chama os adversários, perdedores ou não para uma conversa, na qual expressa sua vontade de pacificar a comunidade e governar “para todos”. Compromete-se a com ajuda financeira, àqueles que tiveram algum prejuízo, um emprego para a filha, nora ou amante no posto de saúde, outro cargo no gabinete, na Câmara, etc. e tal!  O objetivo era fazer que se acabassem as rivalidades “políticas”, que na verdade nem eram políticas e sim pessoais, já que a verdadeira política estava banida.  Todos deveriam se comprometer com a governança do eleito.
          É claro, a compra de votos, o favorecimento e outras práticas espúrias da política também faziam parte, só que isso sempre houve e não era uma exclusividade dos prefeitinhos, mas isso de estabelecer uma governança nos moldes do compadrismo e como a ditadura exigia só quem sabia fazer e bem como exclusividade da região, digamos o ‘modus operandi’ da nossa “democracia”. Isso era o diferencial, eliminar através da corrupção qualquer tipo de ameaça à paz.
          A verdade é que não havia oposição, os partidos de oposição eram de fachada para encobrir a ideologia de estrema direita que reinava sob o domínio dos velhos políticos matreiros, capachos dos militares e executados pelos “prefeitinhos do Paraná”. Assim, viu-se o modelo político  nesses grotões criarem vida própria se estabeleceram em toda a república, seja nos parlamentos estaduais e federais assim como em todas as esferas do executivo.
           Agora, porque afirmar eu tal prática nasceu daí?  
Como afirmado os tempos já são outros a modernidade já se instalara no país.
No Nordeste isso não seria possível em virtude das antigas e também funesta práticas de guerras familiares ou de clãs para obter ou permanecer no poder. No sul, tais condições não imperavam, e tais práticas eram abominadas pelos que estavam chegando de certa forma expulsos de seu torrão de origem em virtude delas. Portanto não se admitiam rivalidades, por isso era necessário se estabelecer a paz. 
         No Paraná essa prática foi tão difundida que virou ‘modus operandi’ consolidando-se sem que houvesse denúncias. Já em Rondônia o Mensalão fez água e veio a público embora a imprensa nunca quisesse de fado apurar a origem de tal ferramental de governança. Assim isso que os senhores denominam mensalão não é exclusividade de uma pessoa ou partido, é uma prática que hoje esta enraizada em todas as prefeituras do Brasil, com maior ou menor intensidade, pois se não: quem não quer a paz politica no seu município?
              Porque me propus a elaborar tais conceitos?
Ora, há muito vejo na imprensa virulenta, querendo colocar o Sr. José Dirceu como o bode expiatório da história o mensalão. Não sei se ele esteve envolvido em tais práticas. Para quem conhece sua trajetória política fica difícil acreditar no que a imprensa diz, ser ele o criador do mensalão. Como eu sei que ele conhece a realidade de que tratei, pois viveu nessa região.
             Quando do golpe militar, foi contra esse modelo de governança estabelecido por esses fantoches da ditadura que não sabem o que é uma democracia. Assim José Dirceu preferiu ingressar na luta contra o regime, a ser um prefeitinho da ditadura. Foi preso, banido e retornou clandestinamente ao país.  È claro que o José Dirceu conhece e viveu de perto esse laboratório e talvez tenha mesmo feito uso de argumentações semelhantes, pois infelizmente ainda é a política rasteira que impera. Por isso penso que não é admissível atribuir a culpa exclusiva a ele pela criação do monstro, de forma a  mais uma vez livrar os verdadeiros algozes: os golpistas de então, políticos e militares.
            É claro que a justiça deve apurar e julgar sem com isenção. O que me refiro é que vivemos numa sociedade pluralista e, portanto, nem todos os dedos da mão são iguais. O que acho simplória por parte de parte da imprensa e de alguns intelectuais saudosos desse período é tentar colocar o José Dirceu e o PT como criadores dessa aberração política. Que de certa forma produziu certa paz silenciosa em toda a nação, levando ao que conhecemos como “o milagre brasileiro”, portanto teve lá suas compensações, mas o que não conhecemos ainda é o custo desse modelo. Pois só aquele que não faz da política o instrumento para atingir objetivos particulares e pessoais sabe que não existe mais de uma ética, a única é a ética civilizatória, capaz de transpassar o tempo.
            A conclusão mais dura a que se chega é: ainda esta para se colher a safra do que se plantou nos anos de exceção. Infelizmente á ética da política brasileira foi violentada nesse período e está ainda carente de pessoas capazes de construir uma governança sem precisar coagir, difamar, comprar e perseguir. Essa seria a ética civilizatória capaz de construir a verdadeira paz, não silenciosa e sim barulhenta, necessária a uma boa governança.


Edição ideiaquilvicenda
  

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA


A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA
Obrigado Comandante nos continuaremos o seu trabalho

VEJAM O VÍDEO E TODAS AS ARMAÇÕES E MENTIRAS DA MÍDIA NORTE AMERICANA  


            O documentário A revolução não será televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O'Briain, apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela. Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular reação do povo. É apresentado o cenário em que se desencadeiam os acontecimentos de abril de 2002. A Venezuela está entre os cinco maiores países produtores de petróleo do mundo, sendo um dos maiores fornecedores dos Estados Unidos. Ao assumir a presidência, em 1998, Hugo Chavez passou a defender a distribuição dos rendimentos auferidos com o petróleo para investimentos sociais voltados à maioria do povo e intensificou as críticas às políticas liberais inspiradas nos EUA, o que levantou a ira das classes dominantes locais e do imperialismo norte-americano, acostumados a governos submissos. Um aspecto importante do documentário é a revelação da manipulação dos canais de televisão comerciais sobre os responsáveis pelos assassinatos dos manifestantes em 11 de abril de 2002. Todos os canais privados(comerciais) de televisão que, junto à imprensa escrita e radiofônica, justificaram o golpe de estado de 11 de abril com uma EDIÇÃO de imagens em que aparece um grupo de apoiadores de Chavez, situados na Ponte Llaguno de Caracas, realizando disparos. Estas imagens foram utilizadas para afirmar que "Chávez foi quem ordenou disparar contra a multidão". "A revolução não será televisionada" demonstra, ao apresentar a edição completa da seqüência de imagens (manipulada na edição das TVs), que os grupos situados sobre a Ponte Llaguno de Caracas respondem ao fogo de franco-atiradores (estes sim atiram nos manifestantes) e não disparam sobre os manifestantes. O ponto alto do documentário é registrar a força das massas exploradas que derrotam os golpistas e restituem o governo a Hugo Chavez. O povo enfrentou e passou por cima de toda a mentira, fraude, manipulação da informação, da repressão iminente e mostrou que é mais forte. Não aceitou as "notícias", recusou-as e saiu às ruas na manhã de sábado, 13 de abril, para denunciar que Chavez "não renunciou! Está seqüestrado!" e "não te queremos Carmona! Ladrão!". Centenas de milhares de pessoas nas ruas cercam o Palácio Miraflores para exigir "Queremos a Chavez!" e clamar "Chavez amigo, o povo está contigo!".

A Revolução Não Será Televisionada

Nas palavras de Laerte Braga: "O impressionante documentário produzido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O'Briain sobre o golpe contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, põe a nu toda e qualquer defesa que se possa pretender fazer dos meios de comunicação de massa em qualquer lugar do hemisfério ocidental. O padrão global, aqui no Brasil, na Venezuela, nos Estados Unidos,na Argentina, na Itália, onde quer que seja, é pura farsa e se insere no contexto do embate entre os que defendem o mundo "globalitarizado" sob o domínio militar dos EUA e da OTAN O documentário foi exibido no Brasil pela TV Câmara, TV Escola e TV Senado, lógico quando a Globo iria mostrar um trabalho assim? Nunca. Cada vez mais fica evidente que a série de reportagens que Miriam Leitão fez na Venezuela, na semana que antecedeu ao golpe, foram preparação da opinião pública, tentando mostrar um governo desacreditado, quando desacreditadas estão as elites. Kim Bartley e Donnacha O'Briain estavam na Venezuela trabalhando numa outra idéia, um documentário sobre o governo bolivariano, quando foram pegos de surpresa pelo golpe, no interior do Palácio Miraflores e puderam, sem qualquer espécie de edição, apenas ordenar as cenas, mostrar o instante em que a mentira televisiva, foi um golpe da televisão privada associada a generais corruptos e empresários (empresário são sempre corruptos, o adjetivo é desnecessário), enfrentado e abortado por uma espetacular reação do povo. A cena da posse do mafioso Pedro Carmona na presidência e os instantes que antecederam a prisão de Chávez são magistrais. No instante Carmona a elite, os 256 homens e mulheres mais importantes da Venezuela, como os nossos daqui, os de Comandatuba, refestelados no poder que imaginavam seria duradouro. No instante Chávez as pessoas do povo transitando pelo palácio no desespero da reação que, afinal, veio de militares leais e, sobretudo, do povo trabalhador. As declarações de Carmona sobre ordem, tranqüilidade, democracia, justiça social, como fazem aqui os tucanos da vida e o povo do lado de fora, indignado, exigindo Chávez. O silêncio das redes privadas de televisão. Como a Globo à época das diretas, falando de novelas como se a campanha não existisse. Ou Veja, satanizando lideranças populares no massacre exaustivo da velha técnica que a mentira repetida muitas vezes vira verdade. A arrogância do procurador designado por Carmona, dissolvendo o Congresso, a Corte Suprema, revogando a Constituição e depois, encolhido e preso, assustado, num canto de uma sala do palácio. Quando Chávez volta e restabelece o princípio da vontade popular. A imagem definitiva do assalto: o cofre do palácio aberto e esvaziado pelos defensores da tal democracia. Ladrões, aqui, ou em qualquer lugar do mundo. Todo o processo bolivariano tem sido feito através de consultas populares. Toda a ação oposicionista se estriba em ações golpistas, mentiras veiculadas pelos meios de comunicação privados, a ordem do terror emanado da Casa Branca. É um documento fundamental para que as pessoas possam compreender o verdadeiro papel da imprensa podre, controlada por Washington, bancos e grandes corporações. Creio que, em tempo algum, um documentário mostrou de forma definitiva a associação entre militares corruptos, a soldo dos EUA, empresários, banqueiros e imprensa na consecução da fraude. Valeria exibi-lo em cada escola, em cada universidade, em cada canto de luta para se perceba que é possível enfrentar quadrilhas como as que fazem de países como o nosso um entreposto do mercado, do capital internacional. A cumplicidade vergonhosa dos meios de comunicação com essa gente. A verdadeira dimensão de Carmona, que tanto existe lá se chama Pedro, como aqui e dirige bancos, vai para Comandatuba viver fim de semana de festa verde, festa vermelha, festa amarela e agora concebe um safári à África. Como a Monsanto quer. A presença dos Estados Unidos no golpe é mostrada nas declarações do porta-voz da Casa Branca. Fala em assassinato de civis por forças chavistas e o documentário mostra que os assassinos foram os golpistas. Imagens vivas, indesmentíveis. Fala em reconciliação do povo com a democracia e o povo vai às ruas e recoloca Chávez no governo. Ironias à parte, penso que as próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos estão necessitando da presença de observadores internacionais, tal o risco de fraude, como da anterior. O processo está corrompido e viciado e Bush é apenas um projeto de fuhrer, a chefiar um IV Reich, a ameaçar o mundo com sua política terrorista. Quem sabe Jimmy Carter e César Gaviria não vão para os EUA e checam as intimidações policiais contra negros que pretendem votar em John Kerry. Ou as urnas eletrônicas do Estado da Flórida, governado pelo irmão de Bush, Jeb, sem o voto impresso. Na Venezuela houve voto impresso, permite a recontagem e foi por ele que não se pode desmentir a legitimidade dos resultados do referendo. O que o documentário mostra mais é que a luta é constante. É permanente. A total falta de escrúpulos de banqueiros, empresários, grupos de comunicação, aqui ou lá, em qualquer lugar, deixa claro que essa gente não tem objetivos outros que não massacrar a classe trabalhadora e construir um império mundial de terror e barbárie sob a farsa democrática. "A Revolução não Será Televisionada" é um fantástico trabalho de dois irlandeses e a prova cabal e definitiva dos propósitos escravocratas dos donos. 

Fontes:Retirado do site CMI Brasil - Centro de Mídia Independente;
Reeditado por ideiaquilvicenda;