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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O LSD, ARMA DE GUERRA PSICOLÓGICA

O LSD, MAIOR ARMA DE 'GUERRA PSICOLÓGICA' DE TODOS OS TEMPOS



O LSD, A MAIOR ARMA DE GUERRA PSICOLÓGICA DE TODOS OS TEMPOS

 LSD (Dietilamida de ácido lisérgico) - Drogas sintéticas são substâncias ou misturas de substâncias exclusivamente psicoativas produzidas através de meios químicos cujos principais componentes ativos não são encontrados na natureza.  

Em 1949, os cientistas da Paperclip baseados em Edgewood viram ser-lhes confiada uma nova missão: testar um psicotrópico surpreendente, que provocava alucinações e tendências para o suicídio nos seres humanos. Tratava-se do LSD, descoberto alguns anos antes por outro Hoffmann, Albert desta vez, nos laboratórios Sandoz de Basileia, na Suíça. A sua utilização devia ser de acordo com o seu principal promotor L. Wilson Greene, tornar possível uma guerra mais humana.


O objetivo era com efeito de determinar se se podia recorrer ao uso do LSD e a outras seis dezenas de outros psicotrópicos para efetuar uma "guerra psicoquímica destinada a enfraquecer a população e as tropas inimigas. Mas progressivamente, com a subida em potência da Guerra Fria e a multiplicação das operações de contra-insurreição, a CIA açambarcou o projeto e focalizou-o na condução dos interrogatórios e nos meios para quebrar a resistência psicológica do interrogado, para provocar dissociações psicológicas e estados de amnésia [6].

As fontes de informações da CIA para a guerra química eram essencialmente os cientistas alemães nazistas que tinham trabalhado para a gigante da industria química alemã IG Farben (a sociedade que produzia o gás Zyklon B utilizado nos campos de concentração), como Walter Reppe, o seu antigo químico chefe, que os Estados Unidos tentaram recuperar em vão em 1948, enquanto ele já trabalhava para os britânicos. Um vasto recenseamento das plantas psicotrópicas foi empreendido por Friedrich Hoffmann a fim de desenvolver o “soro da verdade” ideal.

Deram-se igualmente importantes doses de LSD a soldados-cobaia de Edgewood antes de submetê-los a interrogatórios agressivos que provocaram neles estados de medo intenso, ou mesmo em certos casos convulsões, epilepsia ou crises de paranóia agudas que lhes deixaram numerosas seqüelas. As investigações sobre a amnésia, quanto a elas, conduziram à utilização do Sernyl (SNA), conhecido igualmente sob o nome de PCP ou “pó de anjo”, que se administrava por via oral ou em aerossol a soldados enquanto marchavam sobre um tapete rolante. Acessos de loucura intensa, de amnésia total e outros comas foram observados nos laboratórios de Edgewood.

Entre os mais virulentos cientistas nazistas trazidos pela Operação Paperclip que participaram nas investigações sobre a guerra química e psicológica, figurava igualmente o antigo Brigadeiro-General Walter Schlieber (empregado durante 10 anos), que tinha supervisionado as fábricas de armamento francesas sob a ocupação, as fábricas alemãs que empregavam STO e o programa nazista de guerra química. Encarcerado em 1945 porque era suspeito de crimes de guerra, salvou a sua pele redigindo relatórios sobre a guerra química para o Exército dos EUA, apresentando-se como testemunha traidora em Nuremberg para ser integrado na Operação Paperclip em 1947. Somente no período entre 1955 e 1975, sete mil soldados foram utilizados como cobaias involuntárias; gaseados, asfixiados, drogados para as investigações sobre o controle do cérebro.


              ELEMENTOS DE UMA POLÍTICA

O fim da aventura foi lastimoso. A partir do início dos anos 1970, os créditos militares atribuídos aos programas dos cientistas da Paperclip diminuíram. Em 1971, restrições orçamentais atingiram duramente o programa espacial, e muito particularmente os engenheiros alemães. Arthur Rudolph reformou-se, recebendo de passagem a mais alta distinção da NASA, a Medalha por Distinção em Serviço.
No mesmo ano, Wernher von Braun foi obrigado a testemunhar perante procuradores da Alemanha Ocidental encarregados de inquirir sobre os crimes cometidos no campo de concentração de Dora. Imediatamente depois, teve de abandonar o seu sonho secreto de se tornar administrador geral da NASA. Em 1974, foi a vez de Kurt Debus se reformar. Dez anos mais tarde, em 1984, enquanto ressurgiam as acusações de crime de guerra contra Arthur Rudolph, este último foi obrigado a deixar os Estados Unidos e ir para Hamburgo.

No total, os diferentes programas da Operação Paperclip mobilizaram quase 1500 cientistas nazistas para lutar contra a URSS. Eles atestam a escolha do Estado Maior das três armas dos Estados Unidos, Marinha, Aeronáutica e Exército de colaborar com o partido nazista apesar do veto do presidente Roosevelt. Uma escolha ulteriormente validada pelo presidente Truman e içada ao nível de uma política federal sistemática.

Com efeito, sob o controle do Conselho de Segurança Nacional, operações similares foram conduzidas paralelamente noutros domínios para recuperar e integrar os quadros nazistas bem como os quadros do sistema militar japonês no aparelho de segurança dos Estados Unidos ou para empregá-los em operações secretas no estrangeiro.


Drogas sintéticas são substâncias ou misturas de substâncias exclusivamente psicoativas
produzidas através de meios químicos cujos principais componentes ativos não são encontrados na natureza.  A maioria das "drogas sintéticas" apresenta efeito psicotrópico: alucinógenos, estimulantes ou depressores (entorpecente) no sistema nervoso central (SNC) e são consideradas proscritas e/ou de uso controlado pelo Ministério da Saúde e Justiça (no Brasil).
As principais drogas sintéticas proscritas são:
  • Anfetamina: (“Bolinha” ou “arrebite”). Droga produzida desde 1927 como vasoconstrictor, com ação semelhante à cocaína. Muitas drogas sintéticas são derivadas de anfetaminas.
  • LSD 25 (Dietilamida de ácido lisérgico). Sintetizado em 1938, e usado como alucinógeno a partir da década de 1950.
  • Quetamina (Special-K): Anestésico de uso veterinário e humano na forma líquida ou cristal branco que é aspirado. Foi produzido nos anos a partir da década de 1960.
  • GHB (ácido gama-hidroxibutírico): É usado na forma de sal ou diluído em água ( conhecido como “ecstasy líquido” ). Inicialmente foi produzido como anestésico, e a partir da década de 1960 como droga alucinógena.
  • GLB ( Gama-butirolactona ). Derivado do GHB, utilizado com a mesma finalidade.
  • PCP ( Cloridrato de eniciclidina ). Pó branco cristalino solúvel em água que surgiu nos anos 70. É inalado, ingerido ou injetado
  • Cetamina. Droga anestésica derivada do PCP para uso veterinário e humano produzida em 1965, utilizado logo como alucinógeno.
  • DOB ( 2,5-dimetoxi-4-bromoanfetamina ). Conhecida desde 1967. É um derivado da anfetamina, podendo ser usado como base para a produção do ecstasy.
  • PMA ( Para-metoxianfetamina ) . Afetamina modificada.
  • PMMA ( Para-metoximetilanfetamina ). Anfetamina modificada produzida com o nome de “mitsubishi”
  • 2-CB ( 4-bromo-2,5-dimetoxifenetilamina) . Conhecida como “nexus” tem efeito psicodélico semelhante ao LSD.
  • 2-CT-7 ( 2,5-dimetoxi-4(n)-propiltiofenetilamina ) com efeito psicodélico semelhante ao LSD. O D-CB e o 2-CT-7 foram produzidos na década de 70.
  • MDMA ( Ecstasy , extase ) : Um derivado de anfetamina. Comprimido ingerido por via oral. O ecstasy foi sintetizado em 1912, e o seu uso como entorpecente iniciou-se na década de 70 nos EUA.
  • 4-MTA ( 4-metiltioanfetamina ) ( “flatliner” ) é uma anfetamina modificada produzida nos anos 70.
  • Ice. Uma anfetamina modificada. Um cristal branco semelhante ao gelo. Pode ser injetado, ingerido ou inalado. Surgiu nos anos 80.
  • Anabolizante: Versão sintética da testosterona. Comprimidos ou ampolas. Via oral ou intramuscular para aumentar a massa corporal.
  • MPTP (1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina ) – Surgiu na década de 80 provocando sintomas semelhantes ao mal de Parkinson.

No Brasil AS DORGAS SINTÉTICAS estão relacionadas na portaria n.º 344, de 12 de maio de 1998 do Ministério da Saúde que foi sucessivamente atualizada por resoluções: RDC nº 18, de 28/01/2003; RDC nº 178, de 17/05/2002; RDC nº 98, de 20/11/2000 que aprovam o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial pelo ministério da Saúde.
http://ideiaquilvicenda.blogspot.com.br/2013/08/operacao-paperclip-o-bellonzo-schriever.html

[1] A Joint Intelligence Objectives Agency foi criada em 1945, sob a tutela do Joint Intelligence Commitee (JIC), o serviço de informação do Estado-maior das três armas. O JIC era composto pelo diretor dos serviços de informação do exército, pelo seu homólogo da Marinha, pelo vice-diretor do Air Staff-2 e por um representante do Departamento de Estado. Records of the Office of the Secretary of Defense (Record Group 330) , página do Interagency Working Group.

[2] Linda Hunt, “US Coverup of Nazi Scientists”, Bulletin of the Atomic Scientists, Abril de 1985, p. 24.

[3] O chefe do Estado-maior do Exército dos EUA era então Omar N. Bradley.

[4] Linda Hunt, L’Affaire Paperclip – La récupération des scientifiques nazis par les Américains 1945-1990, Stock, 1995. (1ª ed. 1991).

[5] A utilização da molécula que Albert Hoffmann tinha experimentado ele mesmo de maneira trivial, desta vez no âmbito das experiências de Edgewood Arsenal, seguidamente da operação “MK ULTRA” para o controle da contracultura, levá-lo-á mais tarde a chamá la de a sua «criança terrível».


[6] Ver igualmente, a este respeito, Arthur Lepic, Les manuels de torture de l’armée des États-Unis, Voltaire , 26 de Maio de 2004.

Permitida a reprodução desde que mantida a formatação original e a citação das fontes.


Reeditado por blogdovicente



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